Conceitos para planejamento de manutenção é imprescindível
Conceitos para planejamento de manutenção é imprescindível
Para um adequado planejamento de
manutenção é imprescindível que se tenha em mente alguns conceitos, uma vez que
o sucesso operacional dos sistemas depende do bom entendimento destes.
Mantenabilidade
Segundo a norma NBR 5462 (1994) a
mantenabilidade é definida como a “Capacidade de um item ser mantido ou
recolocado em condições de executar suas funções requeridas, sob condições de
uso especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas e
mediante procedimentos e meios prescritos”. A mantenabilidade está relacionada
aos períodos de tempos envolvidos nas ações de restabelecer os equipamentos à
operação normal – o tempo para reparar ou tempo para reparo TTR (Time To
Repair), onde sua média, o MTTR (Mean Time To Repair) é um dos
principais indicadores específicos de manutenção, assim como o tempo médio
entre falhas, ou MTBF (Mean Time Between Failure). O MTTR representa o
parâmetro da função mantenabilidade (Almeida et al, 2001; NBR 5462 -
ABNT, 1994).
Desta forma, pode-se enxergar a disponibilidade com a seguinte notação:
No modelo exponencial o MTBF
corresponde ao inverso da taxa de falhas (λ);
Disponibilidade
A disponibilidade A(t) é definida
como a probabilidade onde um item se encontra disponível para operação no
instante de tempo t, sendo representada em função da confiabilidade e da
mantenabilidade.
Sob
este ponto de vista, um item é mais disponível se for mais confiável e no
infortúnio da falha ou quebra, apresentar facilidade de reparo, ou seja, confiabilidade
e mantenabilidade devem ser características positivas deste item (Almeida et
al, 2001).
Confiabilidade
Confiabilidade, do
inglês Reliability, é a capacidade de um item desempenhar uma função
requerida sob condições especificadas, durante um intervalo de tempo. O termo
confiabilidade R(t) é usado como uma medida de desempenho de confiabilidade e é
ainda definida como a probabilidade em que um equipamento não deixará de operar
em um dado intervalo de tempo t, por se tratar de uma probabilidade, a
confiabilidade é uma medida numérica que varia entre 0 e 1 (ou 0 e 100%)
(Almeida et al, 2001; NBR 5462 - ABNT, 1994).
Falhas
Segundo Moubray
(1992), “Falha é definida como a incapacidade de qualquer ativo de fazer o que
seu usuário quer que ele faça”, já a falha funcional é definida como a
“incapacidade de qualquer ativo de cumprir uma função para um padrão de
desempenho que é aceitável pelo usuário”.
As falhas podem
gerar conseqüências operacionais ou não operacionais. Uma falha tem conseqüências
operacionais quando ela afeta diretamente ou indiretamente a produção sob seus
aspectos de desempenho, já uma falha de conseqüências não operacionais não
afetam a produção, gerando somente o custo de reparo, que inclui recurso de mão
de obra e serviço juntamente com a reposição.
Curva da Banheira
A curva da banheira é o nome dado ao gráfico utilizado para expressar o comportamento das falhas ao longo do ciclo de vida do equipamento - curva λ(t) em função de t. O formato de uma banheira é evidenciado na Figura 2.2 - Curva da banheira.
É
evidente a presença de 3 fases bastante distintas:
A fase I corresponde
a uma taxa de falhas λ (t) decrescente;
A fase II
corresponde a uma taxa de falhas λ (t) constante;
A fase III
corresponde a uma taxa de falhas λ (t) crescente;
Na fase I há grande
incidência de falhas causadas por componentes com defeitos de fabricação ou
deficiências de projeto. Essas falhas também podem ser oriundas de problemas de
instalação, em geral é um período conhecido por mortalidade infantil (Almeida et
al, 2001).
Na fase II a taxa de
falhas é constante e menor que na fase I, apresentando uma melhor estabilidade
do processo. A ocorrência de falhas se dá devido a fatores menos controláveis,
como corrosão e fadiga tornando sua previsão e atuação antecipada de difícil
alcance. É o período de quantidade de falhas bem menor, porém aleatórias
(Almeida et al, 2001). Esta fase é tida como a fase operacional do
equipamento.
Na
fase III inicia-se o fim de vida do equipamento, onde o aumento na taxa de
falhas devido ao desgaste natural é evidente e será tanto maior quanto mais
passar o tempo. Se faz necessário a decisão sobre futuro do equipamento entre
substituição ou uma grande reforma (Almeida et al, 2001).